ONFALO DE DELFOS – O Self como Oráculo
Onfalo
significa umbigo e, universalmente, está relacionado com o simbolo
do centro do mundo. De onde se supõe que o centro do mundo
comporta a instância original do feminino. Em variadas tradições
se supõe que a origem do mundo tenha acontecido a partir do umbigo,
o que estava em gestação agora encontra a possibilidade de
manifestação e a partir do umbigo a manifestação de vida passa a
irradiar nas quatro direções.
São
famosas as sacerdotisas do deus Apolo por canalizarem as profecias do
deus para os homens que ali se postavam para receber benção e
sabedoria sobre seu destino.
Representando
uma imagem de retorno ao centro, o umbigo é a sede da sensibilidade,
da espiritualidade, por assim dizer, é o centro das energias
transformadoras.
Segundo
Píndaro, célebre poeta lírico da Grécia clássica, o Onfalo de
Delfos simbolizava a ponte de comunicação entre o humano vivo na
Terra, a morada dos mortos no subterrâneo e os deuses do Olimpo.
São
famosas as sacerdotisas do deus Apolo por canalizarem as profecias do
deus para os homens que ali se postavam para receber benção e
sabedoria sobre seu destino.
Conta-se
que o Onfalo de Delfos está localizado exatamente onde o deus solar
Apolo matou a grande serpente Píton e é por isso que nas artes
plásticas o onfalo é usualmente representado por uma pedra branca
de topo ovoide e geralmente circundada por várias serpentes.
Significando que o poder da vida tem o poder de dominar as forças
cegas e monstruosas do caos à medida que cria a ordem racional. Mas
que essa ordenação não pode ser obtida por auxiliares externos
senão pelo conhecimento das forças instintuais em que a anima, o
principio feminino, é sua guia e o animus, o princípio masculino
é sua transcrição racional.
No
mitologema do Onfalo de Delfos a anima é representada pelas
sacerdotisas e o deus sol Apolo é a representação do animus. Ela
responsável por trazer os conteúdos e seus mistérios e ele
responsável por iluminá-los. Juntos irão perfazer a consciência
sensível. E o que seria as forças cegas e monstruosas do caos?
São os instintos não reconhecidos pela consciência portanto com
manifestação em pulsões desenfreadas.
É
nesse momento que o Onfalo de Delfos começa a falar por meio do deus
e das sacerdotisas.
O
humano no inicio estava inconsciente de si mesmo e de seu entorno,
experimentando uma e outra vez as mesmas circunstancias, aprendendo
muito pouco com elas e assim repetindo as mesmas lições, incapaz de
fazer algo plenamente e incapaz de satisfação, vivendo como um
robot programado por outras pessoas para satisfazer o desejo de seus
guias sem nem mesmo saber que o Oráculo de Delfos está em si mesmo
e ao seu alcance.
Basta
que a Pedra se abra. Que compreenda que o Inconsciente é maior que
si mesmo e que ele, o ego, é apenas uma pedra que se separou dessa
rocha exatamente para encontrar sua própria individualidade e
subjetividade para então retornar a suas origens. Um avanço que vai
do indivíduo ao coletivo, voltando para o indivíduo para se ir
novamente ao coletivo e nesse passo incerto vai aprendendo,
alcançando sua unidade em meio a diversidade e caos.
Todas
as noites o Oráculo de Delfos fala com você através dos sonhos,
mas também fala pela imaginação, pelas fantasias, pelos delírios,
contos de fada e mitos. Tudo aquilo que se apresenta em símbolos,
tem a fala do Oráculo.
Lunardon
Vaz