WhatsApp

Insira seu número de WhatsApp para confirmar:

PÃ – o poder da energia sexual selvagem

Pã é o deus das grutas e dos bosques, do rebanho e dos pastores.
Metade animal, metade humano, de sua cintura para baixo tem o corpo
de bode e chifres que brotam de sua cabeça. Pã é a personificação
da vida pastoral sem referência de importância aos deuses
olímpicos. Seu nome em grego , significa “todos” talvez porque
esse deus era visto em todos os lugares onde houvesse natureza,
talvez porque todos os seres que habitam o planeta perfazem a
natreza.

Uma
grande variedade de mitos falam sobre sua ascendência, a mais
frequente é de que Pã seja o filho do deus Hermes e de uma ninfa.

Na
mitologia grega conta-se que Pã se apaixonou por uma ninfa, filha
do deus rio, resultado de uma flecha do amor atirada por Eros, no
entanto, Eros também atirou uma flecha na ninfa, mas dessa vez foi
uma flecha de repúdio e desprezo. Pã, a persegue enquanto a ninfa
foge e implora para que o deus do Olimpo a salve desse destino.
Quando Pã captura a ninfa, Zeus a transforma em juncos.

Enfurecido
Pã quebra esses juncos em pedaços. Logo o arrependimento o aflige,
chora e beija os juncos quebrados, tudo que lhe restou de sua amada
ninfa. Corta-os em diferentes tamanhos visto que o amor entre eles
também era desigual.

Mas,
ainda aos beijos nesses juncos, Pã descobre que sua respiração
cria sons e a partir desses juncos inventa a flauta, o instrumento
musical de cujo o som regozijavam-se os deuses, os animais, as ninfas
e os humanos. Conta-se que até hoje os campos de abundância são
resultado de sua magia musical.

A
palavra e o significado de “panico” provem do deus Pã que com
sua musica mágica conduzia as ninfas em danças tão extasiadas ao
ponto de entrarem em panico.

Nascido
e muito adorado na Arcádia, o deus Pã também passa a ser
relacionado à sexualidade selvagem devido ao seu apetite sexual com
o qual frequentemente seduzia e estava sempre pronto para o sexo.
Deus da natureza em que a abundância, criação de vida e todas as
intensidades naturais estão presentes dando ao humano a capacidade
de também criar e até mesmo de se perder na exuberância de sua
própria criação e desejos.

Eros
foi determinante para a invenção da flauta de Pã ao flechá-lo
para o amor e flechar a ninfa para o desprezo, resultando na perda
do amor e posteriormente, na invenção da flauta mágica.

Algo
ali se quebrou, se desprendeu o intuito primeiro que era a união em
amorosidade entre ambos, passando a ser música mágica aos ouvidos
daqueles que chegam a até mesmo perder a consciência entrando para
um estado alterado de exitamento ao ponto do pânico.

A
flauta de Pã simboliza o espírito que foi separado de sua fonte
quase que divina do amor e que através de suas lamentações
musicais aspira a ela retornar. Enquanto isso Pã distribui amor e
sexo ao acaso sem intenção duradoura e sempre de modo exitoso, essa
é sua natureza, o instinto sexual no modo selvagem. Se
tivesse dado certo a conquista da amada, Pã não mais estaria em
sua própria autenticidade, se afastaria de sua real representação
sexual.

No
entanto, quanto mais se corre atrás da sombra mais ela corre de seu
perseguidor. A mulher ideal, o homem, ideal, a alma gêmea, se
encontra na sombra psíquica. É o seu duplo, seu antagonista por
excelência, seu oposto natural que só poderá ser conquistado a
partir de um encontro amigável e acolhedor num palco psíquico em
que aquela que partiu volte a se juntar ao ego consciente.

Somente
após esse casamento com a sombra é que haverá a possibilidade do
amor nas diferenças e não mais uma perseguição inócua ao igual
que se imaginou.

A
melodia dessa flauta poderá enfim trazer abundancia e intensidades
sem necessariamente sucumbir ao desespero, ansiedade e pânico e
elevando o desejo selvagem em música a espalhar sua virilidade e
fertilidade a todos os campos. De fato, a sexualidade instintual é
a fornalha do corpo. A partir de sua sublimação, toda essa energia
é encaminhada para as descobertas, invenções e diversas outras
construções humanas.

Donde
que a ansiedade e o panico são sintomas de uma vida que deseja
retornar ao seu próprio espirito. Espírito esse que lhe foi
separado devido às fatalidades a que os deuses nos impõe, tal qual
Eros fez com Pã.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *