Personificação do acaso, da sorte e do destino, a deusa da fortuna é uma das divindades mais antigas e populares da mitologia romana.
Em seus primórdios surgiu como resposta ao questionamento que os romanos faziam a fim de esclarecer porque uns tinham mais do que os outros, porque um brilhava mais do que outros e assim sucessivamente em relação a qualquer tipo de riqueza, seja beleza, seja bens materiais, seja caráter ilibado, seja inteligencia ou ignorância.
Ela possuía diversas formas e atributos, dependendo do aspecto da fortuna que se queria invocar ou agradecer.
A Fortuna Primigênia era a deusa da fortuna original, que presidia o nascimento e o destino das crianças; Fortuna Redux era a deusa que protegia os viajantes e os fazia retornar em segurança; Fortuna Muliebres era a deusa que favorecia a mulheres casadas e as mães; Fortuna Augusta era a deusa que abençoava o imperador e o estado; Fortuna Huiusce Diei era a deusa da fortuna deste dia, que se celebrava no primeiro dia de cada mês.
A Deusa da Fortuna era usualmente representada por uma jovem mulher vestida com uma túnica branca e um manto colorido. Em uma das mão segurava a cornucópia, um chifre cheio de frutos, flores e moedas, que simbolizava a abundância e a fertilidade. N outra mão, ela segurava um timão, um leme ou uma roda, que simbolizava o controle ou a mudança na vida das pessoas. As vezes ela exibia asas nas costas e nos pés para indicar sua rapidez e mobilidade. Muitas vezes era retratada com os olhos fechados que demonstrava sua imparcialidade ou sua cegueira ao distribuir os seus dons afortunados.
Hoje ela está representada na esperança, nas oportunidades e nos desafios que enfrentamos diante do acaso e do destino. Nos convida a confiar na sorte e a se responsabilizar pelas escolhas.
Não é todo mundo que vai fazer uma oração à deusa para aquisição de bens materiais, algumas pessoas entendem a riqueza como algo mais inefável, como solidez moral e ética, conhecimento e engenhosidade, inteligencia emocional e liberdade para viver sua própria solidão enriquecedora.
Enfim, talvez numa só vida, não se tenha tempo suficiente para receber dessa deusas todo os tipos fortuna, posto que ao se dedicar a uma delas já requer sapiência e muito investimento de energia psíquica.
A primeira dádiva de Fortuna é estar vivo, se sentir pertencente à mãe natureza e ter ampla consciência sobre a família terráquea à qual devemos a vida e a sua manutenção. Quando desejamos que a Fortuna sorria somente para nós mesmos em detrimento de outros habitantes do planeta já se constela em nossa psique inconsciente, a avareza, o egoismo a miséria humana e diante dessa situação psíquica o ego sabe que existe um sentimento de inferioridade, mas ao invés de investigar e receber a fortuna do conhecimento sobre si mesmo, ele sai aos atropelos em sua busca desenfreada por mais. Insatisfeito se reduz ao ser primário cuja ganancia o torna em uma pessoa perigosa e definitivamente miserável.
A Deusa da Fortuna tem seus meandros para distribuir a sorte que as vezes pode estar disfarçada em abundancia quando é tão somente escassez e o contrário também ocorre com esta deusa, às vezes uma miséria é o disfarce de grandes fortunas.
Que tenhamos todos, genuinamente, grandes fortunas!