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A Jornada de Psique

A deusa Afrodite impõe quatro tarefas a Psique para que esta reencontre o seu amor que fora perdido.

Sua PRIMEIRA TAREFA consiste em separar um enorme monte de cereais por espécie durante apenas as horas da noite. Psique, sem esperança de fazê-lo a tempo, é ajudada pelas formigas, que se juntam para concluir o trabalho.

As formigas simbolizam um princípio ordenador instintual relacionado ao sistema nervoso vegetativo.

Assim, se Afrodite estava relacionada ao amor instintivo e voluptuoso, em Psique encontra-se uma ordenação instintual que pretende ser menos passional e mais sofisticada no amor.

Sua SEGUNDA TAREFA consistiu em trazer para a deusa do amor flocos de lã de ouro que cobrem o dorso de carneiros ferozes que vagueiam num bosque à beira de um rio caudaloso.

Um junco lhe orienta a retirar das cercas esses flocos de lã que ali ficam presos ao passarem, evitando, assim, o confronto direto com eles.

Como se atesta no mito do Velocino de Ouro, o carneiro do sol que se apresenta feroz é símbolo do poder masculino que foi degenerado pelo sistema sociocultural. Ao tocar esse poder degenerado, Psique poderia se identificar e também se degenerar.

Ela escapou desse obstáculo com a estratégia sugerida pelo junco, que, por sua vez, significa os cabelos da terra, o aspecto do feminino que, tal como o junco, habita as águas profundas de Psique.

Ao realizar com sucesso a tarefa divina, Psique aprende a se relacionar emocionalmente com o feroz campo social, competitivo e patriarcal, sem perder sua identidade feminina.

Na TERCEIRA TAREFA, Psique deve ir em busca da água perigosa, uma fonte que se esconde no alto de um íngreme rochedo e de onde jorram as águas escuras que alimentam os rios infernais. Guardada por terríveis dragões, Psique só consegue trazer um jarro dessa água porque Zeus lhe enviou sua águia, que a alçou até o rochedo.

As águas infernais que nos habitam precisam ser visitadas de quando em quando e, de lá, emergir a consciência que dá ao conteúdo infernal um recipiente cristalino, transparente, honesto e contido.

Ao enfrentar os dragões, o ego triunfa sobre suas tendências regressivas de seu psiquismo.

A águia é o foco de atenção vigorosa que atinge seus objetivos.

Essas três tarefas, por si mesmas, já capacitaram Psique para seu amadurecimento e amorosidade.

O que falta?

A QUARTA TAREFA e o final feliz.

Mas como essa quarta tarefa é bastante extensa e repleta de simbologias, vou deixar para contar-lhes em nosso próximo encontro.

Não percam o que nos ensinam Eros e Psique!

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