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O
velho barqueiro Caronte, que transporta as almas dos mortos até o
Hades, a última morada, nasceu de Nix, a deusa da noite e de Érebo,
deus da obscuridade e das sombras. Nasceu num tempo tão antigo que
não existe memória possível de recordar.

Conta-se
que o nome Caronte significa literalmente “brilho intenso”. Em
alusão ao seu nome, dizem que as pessoas, um segundo antes de
morrer, apresentam no olhar um brilho particular, também conhecido
como sendo um olhar de fogo em que brilha de uma só vez a
consciência que talvez não tivessem cultivado no decorrer de sua
existência.

O
lugar onde Caronte permanece é no rio Aqueronte, o rio da dor e que
possui a forma do numero oito, uma alusão à infinidade do tanto
que em vida há de se morrer seja pela dor, seja pelas paixões.

Por
assim dizer, Caronte tem o direito de navegar por outros rios do
inframundo como o Cogito, o rio dos lamentos; por Flegeton, o rio do
Fogo; por Lete, o rio do esquecimento e pelo rio Estige , o rio do
ódio.

Suas
irmãs, as Moiras, o invocam quando alguém está prestes a morrer,é
então que Caronte chega às margens do rio, porem nem todos podem
fazer a travessia, somente aqueles que trazem junto de si uma moeda
pra o pagamento de tal percurso. Se os mortos não possuir esse
pagamento terá de vagar a beira do rio por 100 anos. Passado esse
tempo, Caronte lhes permite cruzar o rio sem pagar.

Alguns
personagens da mitologia grega entraram e saíram de Hades: Perséfone
quis ali permanecer e se tornou a Guia das Almas; Por amor Orfeu
encantou o Inferno com sua musica e Psique cumpriu de ir e vir
tornando-se um simbolo da caminhada psicológica.

Adentrar
aos infernos da alma e deles retornar requer muita energia psíquica.
O conhecimento custa caro, ele não é gratuito.
Não
se vai em vida aos infernos somente uma vez

porque como
disse Heráclito:
“Você
não vai encontrar os limites da alma, mesmo andando por todos os
caminhos; tal é a sua profundidade.”

A
Barca é o simbolo de uma travessia seja pelos vivos, seja pelos
mortos. Sendo que a vida presente também é perigosa, navegar numa
barca é navegar de modo adequado, ainda mais quando se tem um
barqueiro experiente e conhecedor da morte e da vida para nos guiar.

Ocupamos
os lugares nessa barca a fim de vencer as ciladas desse mundo e as
tempestades das paixões. Navegar possui precisão, tem bússola, tem
instrumentos de navegação para orientação. Ao contrário, viver
não possui nenhum instrumental de precisão. Nossa bússola é o
barqueiro Caronte, o brilho intenso que provem da nossa alma, da
nossa morada, da nossa psique.

O
ataúde nem de longe é nossa primeira barca! Antes disso, viajamos
por mares e rios ora calmos e serenos, ora tempestuosos, agitados e
perigosos. Nos deixar guiar por Caronte, deitar aos seus pés o
pagamento, é uma atitude não apenas corajosa, é uma atitude
permeada pelo desejo de aprender e de viver.

Não
sabemos sobre o percurso desses rios e mares, ora apreciaremos a
paisagem, ora não. Sabemos que estamos indo ao inferno tal e qual as
almas perdidas de suas vidas. Sabemos também, que a infelicidade e a
felicidade do humano são indestrutíveis. E Caronte nos guiará na
viagem de volta para a segurança da outra margem desse rio. Após
visitar os infernos, essa pessoa não será a mesma que embarcou na
ida. Voltou com sua alma fortalecida ou então, a deixou lá no
inferno.

A
aquisição de conhecimento é dispendiosa! É necessário o brilho
intenso da energia psíquica e mais necessário ainda é se dispor a
empregá-la nessa jornada.

One Comment

  1. Nada é por acaso! Entrei neste último mês por um processo de Depressão Existencial, relacionado a minha questão AH/SD(Sou uma Neuroatipica)que é um outro tipo de depressão,mas tão complicada quanto, procurei ajuda terapêutica e a profissional não deu conta. Por este motivo acho que o olhar Junguiano seja um caminho de resgate da alma que de alguma forma desconectou-se .Depressão na dinâmica de totalidade: é denominado de depressão existencial, é uma disfunção no padrão da totalidade em respostas as necessidades de sentido de vida, existencial e Não é fácil,mas acredito na dinâmica terapêutica de Jung. E Sônia é uma referência na área, guiando o processo com sabedoria inquestionável. E é sobre. Ana Paula

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