A
górgona Medusa possuía mais duas irmãs, no entanto, somente ela
era imortal.
Antes de existir o Olimpo, Medusa já existia sendo assim uma
divindade primordial, uma força da natureza primitiva.
Medusa
era uma jovem lindíssima de cabelos magníficos. Poseidon, o deus
dos mares, por ela apaixonado, a violou no templo de Atena. A deusa
da inteligência tendo
seu templo profanado,
pune Medusa transformando-a em górgona, cabeça enrolada de
serpentes, presas pontiagudas, mãos de bronze, asas de ouro e corpo
de dragão. Seus olhos eram flamejantes, tão penetrantes que
transformava em pedra quem os fixasse. Apenas Poseidon ousava se
aproximar.
Aqui
a inteligência foi aviltada pela atitude descomedida tanto
do deus quanto da górgona
e por isso dá lugar a um monstro.
Antes
de tudo, Medusa símbolo da natureza primordial, marca fases de
evolução, uma parada e uma nova partida na evolução biológica e
espiritual. Vemos isso, ao verificar que é necessário olhar para
Medusa somente através do espelho como fez o herói Perseu que a
decapitou com tal subterfúgio, tornando-se ele mesmo, em uma
constelação do céu.
A
petrificação simboliza o castigo infligido ao olhar indevido.
Medusa
representa nossas pulsões espiritual e evolutiva, mas em estagnação
pervertida seja pela vaidade, seja pela
ganância de poder.
Quando
a olhamos sem refletir no nosso próprio espelho, o espelho da culpa,
somos imediatamente petrificados. E quando, a olhamos através do
espelho, através de nossa coragem em olhar para a
sombra em nosso
psiquismo, então conseguimos harmonizar essas forças e com elas
viver em sintonia, utilizando seu poder frente a inimigos e situações
que nos exigem
cumprir em ato de bravura.
Uma
outra coisa ainda mais magnífica acontece quando enfim ousamos olhar
para o espelho de nossas próprias perversidades, conseguimos usar a
espada, tal qual fez o herói Perseu e com ela decapitar a Górgona.
A espada simboliza o poder de discernimento e justiça frente aos
nossos próprios sentimentos e emoções e ou conteúdos psíquicos.
Nesse
instante, liberamos Pegasus, o cavalo alado, que nasce da cabeça
cortada da Górgona! Liberamos uma energia que esteve latente dentro
da representatividade que é a Medusa, ou seja, o primitivismo
deformado pelo sentimento de poder e de vaidade.
E
quem é Pegasus¿ O que ele representa¿ Qual então é a fase que
alcançamos com tal ousadia de olhar para dentro de nós mesmos e
reconhecer nossas próprias deformidades psíquicas¿
Alcançamos
a transformação de nossa Medusa em Pégasus!
Explico:
Pégasus, o cavalo alado é filho de Poseidon o deus dos mares.
Pegasus simboliza a fonte primordial do próprio fluxo da vida
criativa e criadora!
Após
seu nascimento Pegasus voa até a mais alta das montanhas e com seu
casco bate na rocha que explode em fonte de agua pura a se derramar
por todo o reino humano.
Pegasus
é a nuvem portadora da água fecunda!
Foi
cavalgando Pegasus que Belerofonte, herói assimilado aos relâmpagos,
combateu e venceu o monstro chamado Quimera símbolo de frustrações
exasperadas e, por isso, transformadas em fonte de padecimentos. A
quimera seduz e causa a desgraça de todo aquele que a ela se
entrega. Como no caso da Medusa, não se pode combate-la frente a
frente, é preciso espreita-la em suas mais profundas guaridas do
inconsciente.
Com
nosso Pegasus, conquistamos a arte de combater e vencer as
deformações psíquicas, como também aquelas deformações que se
apresentam como monstro devastador de um país ou como um soberano
tirânico a devastar um reino.
Ao
conseguirmos combater e vencer tais forças devastadoras em nosso
psiquismo, conseguimos reconhecer e fazer o mesmo com as forças
devastadoras no plano político-social.
Com nossas águas fecundas
transformamos o miserável e mesquinho em (abundância e solidez de
vida transformadora e plena) que alça voo por sobre todas as
quimeras!