SOBRE DEPRESSÃO
Afinal,
de onde vem a depressão e para onde vai?
Esse
questionamento tem relevância, vamos explorar alguns pontos
interessantes para buscar as melhores respostas.
Em
primeiro lugar, ainda antes mesmo da psicologia, lembremo-nos da
filosofia. Um dos filósofos que abordou essa questão com muita
propriedade foi Friedrich
Nietzsche. Ele dizia que o humano possui a vontade de potência
que seria uma condição natural para atingir um desenvolvimento
pleno contemplando a intensidade de vida que nos habita.
No
entanto, faz uma forte critica à moral cristã que prega a
humildade, usualmente interpretada como lugar de escassez em
todas as áreas.
Definitivamente,
essa critica potente faz jus ao que se passa no âmbito
religioso e que afeta o contexto social, sendo ou não
pessoalmente religioso. Na esfera política, temos o oposto
dessa situação de humildade, a ganância prevalece acima de
tudo e de todos. Faz parecer até que para se dar bem na vida
é necessário ser uma espécie de mau caráter ou de possuir
um transtorno de personalidade.
Embora
uma situação faça oposição à outra são, na verdade, faces
da mesma moeda inclusive há tempos que caminham juntas para
garantir o domínio sobre a população desavisada e crédula.
Diante
dessas duas forças que dominam o cenário da consciência
coletiva, como fica o indivíduo que naturalmente possui a
vontade de potência? Usualmente ele não fica! Na realidade
corrompida e corrupta proporcionada pela religião e política,
o indivíduo experimenta a IMPOTÊNCIA.
Então,
para onde vai sua natural potência de vida? Para a ansiedade,
ressentimento e fúria. E tal e qual um animal enjaulado
experienciando escassez e impotência, passa para a fase do
tédio,
que dá lugar à apatia e, na sequência, à vontade de nada.
Voltando a Nietzsche, vontade de nada ainda é uma vontade!
Ferida e sem direção consciente, mas ainda uma potência!
Essa
energia psíquica que não encontrou um objeto para se
expressar, invariavelmente se transforma em doença, o sujeito
aniquila a si mesmo.
A
depressão,antes de mais nada, é um pedido de socorro do organismo
vivo que na falta de conhecimento e orientação adequada vai
buscar rebaixar ainda mais o seu nível de consciência com as
drogas licitas ou ilicitas, como essa estratégia não resulta posto
que não atende à origem da depressão, mas tão somente aos seus
sintomas, vai chegando um tempo em que o sujeito fica exausto e
dependendo do grau de exaustão só lhe interessa a morte.
Marie-Louise
Von Franz, eminente doutora em psicologia analítica junguiana,
diz ser a depressão um convite à reflexão sobre a ocupação
da existência para o reconhecimento de uma forma de ocupar a
existência e transformar essa ocupação que possa trazer de
volta intensidade de vida.
E
como fazer para voltar a ser aquilo que a gente era no
início?
A
Psicologia Analítica Junguiana propõe que o sujeito se utilize
de suas ferramentas psicoterápicas. Uma delas, com certeza a mais
potente, é a técnica da Imaginação Ativa que seria personificar
sua vontade de potencia original e com ela dialogar, negociar até
que se estabeleça ,novamente o vínculo perdido de modo consciente.
O que requer muita honestidade para consigo mesmo, incluindo
quebra de paradigmas tão bem entranhados na mente.
Quem teria a coragem para olhar esse espelho? E não é só a
coragem que é necessária para quem ousa se voluntariar nesse
caminho, é preciso também sacudir a preguiça pois para tal
jornada se requer disposição e muita energia psíquica.
O
doutor Carl Gustav Jung alerta para o fato de que a preguiça é pior
que o instinto de poder!
Certo,
esse é um processo que pode levar um tempo, mas o que são
cinco ou seis anos de restabelecimento diante de 20, 30 ou 40
anos de construção da doença ao longo da existência?
Outra
ferramente importantíssima, é a análise dos sonhos que com sua
linguagem simbólica faz a ponte entre os conteúdos
conscientes e inconscientes, uma espécie de bussola para o
conhecimento consciente e possíveis intervenções que regulariza e
conduz o sujeito à sua saúde mental auxiliando no tratamento
e nas novas (e velhas) descobertas.
A
energia psíquica outrora represada vai se despregando à medida
que o sujeito vai também incrementando sua ocupação na
existência.
Passo
agora ao texto mais técnico ou mais pragmático sobre a
depressão, afinal o alimento racional ajuda bem.
A
depressão é um transtorno mental caracterizado por um estado de
humor baixo e persistente, que afeta a forma como uma pessoa pensa,
se sente e age. É uma condição comum que pode afetar qualquer
pessoa, independentemente da idade, sexo ou situação
socioeconômica.
Sintomas
comuns da depressão
1.
Humor baixo: Sentir-se triste, desanimado ou desesperançado.
2.
Perda de interesse: Perder interesse em atividades que antes eram
prazerosas.
3.
Fadiga: Sentir-se cansado ou sem energia.
4.
Dificuldade de concentração: Dificuldade de se concentrar ou tomar
decisões.
5.
Alterações no apetite: Perda ou aumento de apetite.
6.
Alterações no sono: Dificuldade de dormir ou sono excessivo.
7.
Sentimentos de culpa ou inutilidade: Sentir-se culpado ou inútil.
8.
Dificuldade de lidar com situações cotidianas: Dificuldade de lidar
com situações cotidianas, como trabalho ou relacionamentos.
Tipos
de depressão
1.
Depressão maior: É o tipo mais comum de depressão e é
caracterizado por um episódio depressivo que dura pelo menos duas
semanas.
2.
Depressão bipolar: É um tipo de depressão que é caracterizado por
episódios de depressão e mania.
3.
Depressão pós-parto: É um tipo de depressão que afeta mulheres
após o parto.
4.
Depressão sazonal: É um tipo de depressão que é caracterizado por
episódios de depressão que ocorrem durante os meses de inverno.
Causas
da depressão
1.
Genética: A depressão pode ter uma componente genética.
2.
Ambiente: O ambiente pode contribuir para o desenvolvimento da
depressão.
3.
Eventos traumáticos: Eventos traumáticos, como a perda de um ente
querido, podem contribuir para o desenvolvimento da depressão.
4.
Doenças médicas: Doenças médicas, como a doença de Alzheimer,
podem contribuir para o desenvolvimento da depressão.
Tratamento
da depressão
1.
Terapia: A terapia, como a terapia analítica junguiana, é bastante
eficaz no tratamento da depressão.
2.
Medicamentos: Medicamentos, como antidepressivos, podem ser eficazes
no tratamento da depressão.
3.
Mudanças no estilo de vida: Mudanças no estilo de vida, como a
prática regular de exercícios e a manutenção de uma dieta
saudável, podem ajudar a aliviar os sintomas da depressão.
Lembre-se
de que a depressão é uma condição tratável e que é importante
procurar ajuda se você está experimentando sintomas de depressão.
A
Terapia Analítica Junguiana é, de fato, uma abordagem terapêutica
importante e respeitada. Aqui está uma breve descrição:
Terapia
Analítica Junguiana
A
Terapia Analítica Junguiana é uma abordagem terapêutica
desenvolvida por Carl Gustav Jung, um psiquiatra suíço. Essa
terapia se concentra em ajudar os indivíduos a integrar sua
personalidade, explorar seu inconsciente e desenvolver sua
consciência.
Principais
conceitos
1.
Inconsciente coletivo: Jung acreditava que existia um inconsciente
coletivo, compartilhado por todos os seres humanos, que contém
arquétipos universais.
2.
Arquétipos: Os arquétipos são imagens e temas universais que
aparecem em sonhos, mitos e histórias de diferentes culturas.
3.
Processo de individuação: A individuação é o processo de
integração da personalidade, onde o indivíduo se torna mais
consciente de si mesmo e de seu lugar no mundo.
4.
Sonhos: Jung considerava os sonhos como uma janela para o
inconsciente, oferecendo insights sobre os pensamentos, sentimentos e
desejos do indivíduo.
Técnicas
terapêuticas
1.
Análise de sonhos: O terapeuta ajuda o paciente a interpretar seus
sonhos e entender seus símbolos e temas.
2.
Exploração do inconsciente: O terapeuta ajuda o paciente a explorar
seu inconsciente, identificando padrões e temas que podem estar
influenciando seu comportamento.
3.
Desenvolvimento da consciência: O terapeuta ajuda o paciente a
desenvolver sua consciência, tornando-se mais consciente de seus
pensamentos, sentimentos e ações.
4.
Imaginação Ativa que consiste em personificar o determinado
conteúdo psíquico e com ele se relacionar de modo emocional.
Benefícios
1.
Autoconhecimento: A Terapia Analítica Junguiana ajuda os indivíduos
a desenvolver um maior autoconhecimento e compreensão de si mesmos.
2.
Integração da personalidade: A terapia ajuda a integrar a
personalidade, reduzindo conflitos internos e promovendo uma maior
harmonia.
3.
Crescimento pessoal: A Terapia Analítica Junguiana pode ajudar os
indivíduos a alcançar um maior crescimento pessoal e de realização.
Lunardon
Vaz – Fevereiro 2025